Então vamos lá:

O doce de leite para mamãe Yansã, para que nunca falte a fé nos corações ,que é o alimento da alma, como sua chuva que cai e jorra, o leite materno jorra do cuidado de nossa mãe dos raios e ventos.

A Maria mole branca, como a espuma do mar e as ondas de Mamãe Iemanjá, e que sempre lembremos que nossa alma tem que ser maleável ao aprendizado e todos os dissabores derretem com o perdão e o amor.

A cocada branca , que advém de uma fruta com uma casca tão dura e resistente, mas com paciência se encontra no seu interior, água e polpa, que alimenta e sacia a sede.

Como Papai Ogum que é o provedor, vence as batalhas da vida, protege com seu escudo, mas é o Pai amoroso que não abandona seus filhos.

A goiabada que na sua polpa trás a fartura de suas sementes, pedrinhas duras,e que com a transformação do fogo, faz a polpa cheia de cristais, sair do estado de pouca massa, para algo de extremo sabor.
Como Xangô, trás as suas pedreiras como elemento, mas no poder do seu fogo nos molda com extremo conhecimento.

Os pirulitos que em sua forma, trás as flechas de Oxóssi, nos lembrando que para obtermos o doce da vida, temos que primeiro saber caçar, e atirar as setas para os caminhos certos.

As 7 balinhas, doces como mel, como os seixos redondos da nossa Mamãe Oxum, nos ensinando que só o amor constrói, blinda e nos faz caminhar em passos largos. Que nunca faltará o Ouro da alma e a proteção de suas pedras da cachoeira.
E por fim a bananada, feita da banana da terra do meu grande Papai Omulu, que com seu campo sagrado, trás na bananeira o símbolo da resistência, e para futuros cachos de frutas,tem que cortar o pé que já cumpriu sua finalidade e deixar um novo broto sádio crescer e dar frutos.

O bolo que é o rei da festa é consagrado a Oxalá, onde reúne todos ingredientes que aprendemos na Umbanda.
Reunião de todos os ingredientes para fazê-lo,como nós que somos reunidos para um bem maior em seu nome.
Amor na execução , pois quem cozinha sabe que um bolo se não for feito com amor e cuidado ele não cresce e pior sola.
Paciência e resiliência, em esperar a hora e depois de pronto, deixar esfriar para poder retirar da forma e mexer.
O recheio, o ingrediente que é feito para dar o gosto e torná-lo melhor. Uma prática que temos que fazer todos os momentos,buscar o melhor de nossos dias.
Ser gratos por aquilo que temos e nos tornar merecedores daquilo que almejamos ter.
O glacê, nada mais é que a humildade, porque ele pode até enfeitar , mas sem o bolo ele não existiria, e o seu papel é só um acabamento.
Como nós que somos somente um instrumento da luz de nossos Orixás e guias de luz. E por final, a fraternidade, pois bolo que é bolo tem que ser partido, partilhado, distribuído, pois ninguém come um bolo sozinho.
Salve Cosme e Damião !