De acordo com as histórias contadas por estas entidades nos terreiros de umbanda pelo Brasil afora, a grande característica do espíritos que se apresentam como Dona Figueira é terem sido, em uma ou mais encarnações passada, adeptos, ou mesmo sacerdotisas de antigos cultos pagãos que adoravam a natureza o poder das energias dos elementos da natureza.

Normalmente eram mulheres da antiguidade, que, em isolamento no campo e intenso contato com a terra e seus elementos, aprenderam os poderes, as energias e as propriedades desses elementos e como manipulá-los para obter determinados efeitos e resultados. Ou seja, aprenderam a ser feiticeiras.

Naturalmente, muitas dessas mulheres foram obrigadas, ainda em vida, a se converteram à nova fé cristã e institucionalizada como única e verdadeira, na qual a figura divina feminina acabou sendo substituída pela figura divina masculina.

Infelizmente, grande parte dessas “conversões” foi um ato de fingimento, pois, diante das mais cruéis torturas e assassinatos cometidos na época contra aquelas mulheres consideradas bruxas, a outra opção era uma morte cruel.

Algumas dessas mulheres, convictas em suas crenças e sua ligação com a Mãe Terra e fortes o suficiente para bancarem o custo de serem quem eram, não aderiram ao novo culto cristão, tendo como consequências, prisões, torturas e mortes por decapitação ou pelo fogo.

De onde vem o nome desta Pombagira?

A árvore da Figueira é cultuada e adorada nas mais diversas religiões. Essa planta, geralmente árvore, do gênero Ficus, apresenta-se em diversas sub-espécies.

As figueiras possuem um dos sistemas de reprodução mais curiosos da natureza, não se reproduzem sozinhas e precisam de uma grande atuação de vespas polinizadoras. Sem as Vespas a Figueira não conseguiria se reproduzir.

Apesar de sua aparente dificuldade de se reproduzir, essa árvore ocorre em todos os continentes, com exceção da Antártida, e é uma árvore importante e simbólica em grande número de religiões pelo mundo.

Por que a Figueira é uma árvore tão importante em todas as religiões?

A figueira do figo comestível (Ficus carica) é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se veste com suas folhas, ao notar que está nu.

No Judaísmo, ofigo é considerado um fruto sagrado para os judeus, sendo, por isso, um dos 7 alimentos que crescem na Terra Prometida, segundo a Torá.

Para os budistas, a figueira Ficus religiosa é venerada pois, debaixo de uma delas, Buda teria alcançado a sua revelação religiosa.

Na Grécia antiga, o figo era considerado um alimento de tamanha importância, que sua exportação era proibida.

Os maias e os astecas utilizavam a casca de figueiras nativas da região para produzir o papel utilizado nos seus livros sagrados.

Já no Cristianismo, devido à Parábola bíblica em que Jesus condena a figueira que não deu frutos, numa interpretação simplista, o povo passou a associar a árvore figueira a algo amaldiçoado.

Por isso, esta árvore e postes e trocos feitos de sua madeira eram usados no ritual de morte, enforcamentos, fogueiras ou decapitações de mulheres consideradas bruxas ou outra pessoas consideradas hereges.

Como a Pombagira da Figueira atua?

Essa Pombagira é, normalmente, uma grande feiticeira, curandeira, conhecedora de uma infinidade de feitiços e magias que utiliza para ajudar seus protegidos ou quem a procura.

Sabe trabalhar com quase todo tipo de elemento encontrado na natureza, e é também grande conhecedora das ervas e suas propriedades, para o bem e para mal.

Esses conhecimentos possibilitam, assim, que ela consiga atuar e ajudar junto a quase todo tipo de problema que os consulentes trazem a ela. Desde saúde ou vícios, até problemas amorosos ou financeiros.

Com qual Orixá a Pombagira da Figueira se relaciona?

Essa pombagira atua normalmente junto a Orixás também detentores de muitos conhecimentos de mandingas e feitiços; como Omulú, Oxum, Ossaim, Nanã, Orixá Exú, dentre outros, a depender da qualidade do Orixá.

O codinome Figueira indica mais uma linha atuação da Pombagira do que uma falange de Orixá; existindo, por isso, Mulambo da Figueira, Maria Padilha da Figueira, Cigana da Figueira, etc..